Autocompaixão: curso online com Caroline Bertolino (participantes)

“Ao mesmo tempo em que tentamos nos ver como melhores do que os outros, tendemos também a nos “estripar”com autocrítica, quando não alcançamos altos padrões. Logo que nossos sentimentos de superioridade escorregam — como inevitavelmente acontece — nosso senso de dignidade cai vertiginosamente. Nós balançamos descontroladamente entre autoestima excessivamente inflada e excessivamente esmorecida, uma montanha russa emocional, cujo resultado final é, muitas vezes, insegurança, ansiedade e depressão.”

—Kristin Neff

Durante as 13 semanas do grupo de estudos do livro Um coração sem medo (de Thupten Jinpa), vimos a importância de transformar a relação que temos conosco. Agora, aproveitando a publicação no Brasil do livro Autocompaixão, de Kristin Neff (lançado ontem!), convidamos a querida Caroline Bertolino, professora desse método, para nos oferecer quatro encontros online.

Quem participar do curso terá acesso a todos os 13 vídeos (cada um com 2 horas), todas as práticas e materiais de apoio que reunimos ao estudar Um coração sem medo.

A cultura da autodepreciação, do narcisismo epidêmico, da insegurança, da culpa e da competição é a mesmíssima cultura que produziu a palavra “autoestima”, essa suposta solução que apenas nos distrai do problema que nos leva a ser tão cruéis e inimigos de nós mesmos. Assim como a compaixão é infinitamente mais profunda do que a empatia, as diversas práticas de autocompaixão são muito mais poderosas do que a abordagem de “aumentar a autoestima”.

Como será o curso

A abordagem será bem prática, com métodos contemplativos e vivências que possibilitam a integração da autocompaixão em nossa vida cotidiana. O curso pretende ser preventivo, embora possa cumprir indiretamente um papel terapêutico.

Eis principais focos:

• o que é autocompaixão e no que difere de autoestima e autoindulgência;
• elementos da autocompaixão no cotidiano: atenção plena, bondade amorosa, humanidade compartilhada;
• aceitação x resistência: como lidar com a autocrítica e com as emoções;
• autoimagem negativa e os benefícios da autoapreciação;
• como confiar em nossa bondade fundamental;
• o cultivo de autocompaixão como caminho para a compaixão;
• como ajudar uma pessoa a ser mais gentil consigo mesma;
• práticas (com meditação guiada): pausa compassiva, amor essencial, RAIN, respiração afetiva, encontrando frases de bondade, presença compassiva, conexão com valores, estabelecendo votos de intenção, apreciação em duplas.

Quais os benefícios da autocompaixão?

Quando não cultivamos a autocompaixão:

• somos duros e rígidos conosco, nos cobramos para sermos perfeitos com frequência, nos desapontamos com as expectativas tão altas que criamos, não aceitamos e nos culpamos pelos nossos erros;
• nos sobrecarregamos de coisas, tarefas, deveres, exigências;
• suportamos por muito tempo situações que nos fazem mal por acharmos que não merecemos algo melhor, achamos que não estamos suficientemente prontos quando somos reconhecidos, temos dificuldade de aceitar que já merecemos felicidade e reconhecimento nesse exato momento;
• nos julgamos e reprimimos nossos pensamentos e emoções negativas;
• não reconhecemos e não sabemos escutar as nossas necessidades, pois precisamos dar conta das necessidades dos outros antes;
• perseguimos e projetamos nos outros nossas necessidades não atendidas de cuidado, valorização e aceitação;
• achamos que temos algum problema quando não cumprimos com qualquer um dos itens do “roteiro de felicidade” (como casar e ter filhos, ou ter um emprego, por ex), nos culpamos se não nos sentimos felizes quando estamos cumprindo com esse roteiro, tendemos a nos achar estranhos, inadequados, pois nos sentimos pressionados para ser uma outra pessoa;
• temos dificuldade de expor as nossas fragilidades e vulnerabilidades.

A boa notícia é que a habilidade de ser (auto)compassivo pode ser treinada. É o que tem sido demonstrado pela pesquisadora e psicóloga Kristin Neff, da Universidade do Texas, que encontrou uma série de benefícios: redução dos sintomas de estresse e depressão, assim como outros sintomas de adoecimento mental; diminuição da autocrítica e da sensação de isolamento; aumento da liberação do hormônio ocitocina no corpo, responsável pelo prazer e pelas emoções prazerosas; aprofundamento da conexão entre as pessoas, ampliando comportamentos pró-sociais; de modo geral a pessoa se sente mais confiante em seu potencial de transformação, capaz de trabalhar com as situações complicadas sem cair tanto nos extremos do autocentramento — os dois lados da autoestima: a euforia e a depressão.

“Somos frequentemente críticos conosco ao ponto de nos tornarmos nossos próprios inimigos. A meditação é um caminho de encerrar essa luta fazendo amizade conosco. Então, poderemos perceber que não somos tão ruins quanto pensávamos ou disseram de nós. Se nos rotularmos como casos perdidos ou nos enxergarmos como vilões, não há como usar a nossa própria experiência como base. Se tomarmos a atitude de que tem alguma coisa de errado conosco, devemos constantemente buscar fora de nós por algo melhor do que somos. Essa busca pode continuar indefinidamente, sem cessar.”

—Chogyam Trungpa

Caroline de Oliveira Bertolino

Caroline começou no caminho da meditação quanto tinha 16 anos, e desde então tem dedicado sua vida ao estudo da mente humana, atualmente com o auxílio de diversos professores, como Lama Padma Samten, Alan Wallace e Tsoknyi Rinpoche. É graduada em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos e pós-graduada em Arteterapia pelo NAPE. É professora certificada dos programas Cultivating Emotional Balance (CEB), pelo Santa Barbara Institute of Consciousness, e Mindful Self-Compassion, pela Universidade de San Diego.

Tem formação em Comunicação Não-violenta por Nazaré Uniluz e Círculos de Paz pela AJURIS, e atualmente tem realizado a pesquisa de Mestrado sobre os impactos de um programa de educação emocional, baseado no CEB, no desenvolvimento de habilidades pró-sociais em estudantes universitários, pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Atualmente trabalha no Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul, oferecendo programas e auxiliando em ações que contribuem com a saúde mental no trabalho.

Um livro perfeito para apoiar o curso

Recomendamos fortemente que você já adquira o livro Autocompaixão, da Kristin Neff, recém lançado no Brasil pela Lúcida Letra. Clicando nesse link o frete fica automaticamente grátis. O curso tomará partes do livro como base.

Talvez seja uma boa aproveitar e comprar mais um para presentar uma pessoa querida. É raro encontrar alguém que não se beneficie das práticas de autocompaixão.

Quer participar do curso online?

Como o estudo é online, pessoas de todos os lugares poderão participar! Utilizamos o Zoom, um sistema em vídeo melhor que Skype e Google Hangout, que torna a conversa em vídeo bem real. Não é necessário participar ao vivo (tudo será gravado e segue disponível depois), mas se quiser, será às terças, das 20h às 22h nos dias 21 e 28 de novembro, 12 e 19 de dezembro. Haverá uma semana de intervalo por três razões: teremos mais tempo para praticar, a Caroline fará um retiro fechado de meditação e no dia 5 de dezembro teremos uma palestra online com Cristiano Ramalho, que está se formando no programa de 8 semanas “Cultivating Compassion Training”, criado por Thupten Jinpa na Universidade de Stanford.

Esse curso é inseparável das práticas e da comunidade do lugar. Apostamos em continuidade, não em ações pontuais. No lugar já estudamos o livro Sobre a arte de viver, passamos dez semanas debruçados no livro Meditação em ação para crianças e depois 13 semanas experimentando as visões e práticas do livro Um coração sem medo. Todo esse material segue disponível e até hoje há pessoas fazendo esses estudos e experimentando as práticas. No ano que vem seguiremos com outros estudos, sem contar as práticas semanais e também meditações guiadas online.

O estudo sobre compaixão não teve custo adicional à contribuição mensal de 64 reais para o lugar. Agora será diferente, até por que nós vamos oferecer para a Carol. A contribuição sugerida para o curso completo é de R$ 200 via depósito/transferência ou R$ 230 no cartão de crédito (parcelável em até quatro parcelas mensais de R$ 57,50). Essa contribuição apoiará as atividades do lugar e de Caroline Bertolino.

Ao oferecer, em vez de “pagar” com uma mente convencional, é uma boa lembrar de nossa conversa sobre generosidade ao fim do estudo da semana 11. Por exemplo, você pode perceber que a Carol vai conduzir o curso sem cobrar nada (até porque nada disso tem “preço”), que o lugar oferece todas essas possibilidades sem cobrar nada por isso e que o valor sugerido é um convite para a generosidade e a alegria aflorar em cada um. Se a pessoa mantém essa mente, pode ser que surja a vontade de oferecer mais do que esse valor. E pode ser também que realmente a pessoa não possa oferecer esse valor (mesmo colocando a prática da compaixão como prioridade número 1 depois da sobrevivência básica) e queira oferecer outro valor — em ambos os casos, é só nos escrever.

Como você já participa do lugar, agora é só realizar o pagamento e depois preencher o formulário de inscrição.

Pagamento

Inscrição

Para aumentar a diversão

Se quiser potencializar seu aprofundamento, sugerimos que você convide alguma pessoa próxima para o estudo. Ela precisa primeiro entrar no lugar para depois contribuir e se inscrever no curso. O link que você pode divulgar é esse: olugar.org/autocompaixao

Um abraço e até breve!