SIM – Intensivo online de práticas para abrir 2019

Divulgação com base na arte de Anna Cunha

“Dizer não às más ideias e aos maus atores simplesmente não basta. O mais firme dos nãos tem de ser acompanhado por um sim ousado e visionário — um plano para o futuro que seja crível e atraente o suficiente para que um grande número de pessoas se movimente para vê-lo realizado.”

—Naomi Klein (no livro “No is not enough”)

Observe a quantidade de tempo que perdemos repercutindo falas absurdas de políticos, memes, hashtags e notícias, distraídos por uma enxurrada de desinformação. Quando os problemas se intensificam, nossa reação habitual é negar, criticar, apontar dedos, criar oposição. Mas isso parece só dar mais poder e atenção a visões restritas.

E se a gente começar a afirmar outra coisa? É hora de desbloquear nossa imaginação, sonhar utopias, reforçar qualidades, possibilidades, visões amplas. É hora de dizer sim. Se não deixamos a mente ser achatada, a vida ser rebaixada e as conversas serem pautadas externamente, somos muito mais poderosos do que parecemos. Como diz Alan Wallace, esse mundo precisa ser chacoalhado. Calhou de sermos nós. Quem mais poderia chacoalhar o mundo?

Aproveitando o clima de começo de ano, convidamos algumas pessoas para nos orientar por cinco semanas de práticas. Veja abaixo como será e comece o ano praticando junto conosco.

Sim para a mente (com Tim Olmsted)

“Estamos com um déficit de imaginação do que é possível manifestarmos nessa vida.”
—Tim Olmsted

Na primeira semana, vamos expandir nossa visão do que é ser humano, de quem somos e do quanto podemos nos transformar. Vamos afirmar nossa dignidade, nossa bondade fundamental, os recursos do mundo interno e os caminhos para a liberdade. Em nossa cultura materialista niilista, temos a sensação de que estamos condenados a sempre ter alguma aflição mental e sempre precisar de alguma felicidade condicionada por algum estímulo externo. E se uma aventura muito maior for possível?

Tim Olmsted é instrutor sênior da Tergar, comunidade internacional de Mingyur Rinpoche. Viveu 12 anos no Nepal, onde trabalhou como psicoterapeuta e aprendeu meditação com grandes mestres. Foi aluno direto de Tulku Urgyen Rinpoche e de Chogyam Trungpa Rinpoche. Criou e coordena a Pema Chödrön Foundation. Conhecemos o Tim em dois cursos presenciais que ofereceu no Brasil. É uma alegria imensa poder abrir o intensivo assim. Não tem pessoa melhor para falar sobre isso, vocês vão ver!

A mediação das perguntas dos participantes será de Gustavo Gitti. Haverá tradução consecutiva, não se preocupem.

Sim para outros modos de viver (com Henrique Lemes e Jorge Koho)

Quando descobrimos o potencial de nossa mente, como fica nosso cotidiano? Na segunda semana, vamos afirmar outros modos de trabalhar, morar, se relacionar, se locomover, consumir, comer, dormir, se sustentar. Ainda que pareça natural, nosso modo de vida atual é construído, não precisa ser assim. Onde somos aprisionados sem perceber? Como sonhar criativamente uma vida para além da normose que nos é vendida?

Henrique Lemes é antropólogo pela UFRGS e aluno do Lama Padma Samten, com experiência em integrar a sabedoria das práticas contemplativas aos desafios do mundo atual. Completou dois anos em retiro fechado no CEBB Darmata (PE) e hoje orienta retiros no CEBB Jetavana (RS).

Jorge Koho Mello é educador e monge ordenado na escola Soto Zen. Reside há 9 anos na Suíça, onde coordena as atividades do Via Zen Zürich e experimenta uma vida mais simples.

A mediação será de Fábio Rodrigues.

Sim para as redes compassivas

Na terceira semana, em vez de seguir com convidados e as práticas que eles vão sugerir, vamos olhar para nós mesmos como agentes em nossas comunidades. Como podemos nos autoorganizar pelo referencial da compaixão? Como estabelecer ainda mais relações positivas em todas as direções? Como se mover por um sonho mais coletivo?

Para isso, vamos estudar juntos alguns textos de Lama Padma Samten sobre redes compassivas, autoorganização, reencantamento da vida, complementaridade, não sectarismo e gestão por mandalas.

Sim para as revoluções (com Andrea Dip)

Como apoiar as revoluções que já estão ocorrendo? Quais outros mundos estão nascendo? Como podemos convergir ainda mais os diferentes movimentos ativistas? O que ainda falta ser feito e como podemos ajudar?

Para essa conversa, convidamos duas mulheres. Uma delas é a Andrea Dip, uma das maiores jornalistas do Brasil. Andrea trabalha na Agência Pública, com foco especial em gênero, sistema carcerário e infância. Recebeu o prêmio Troféu Mulher Imprensa (2016) e Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo da ANDI. É autora do livro Em nome de quem?, sobre o projeto de poder da bancada evangélica. (A segunda convidada ainda está em processo de confirmação.)

A mediação será de Gustavo Gitti.

Sim para a vida (com Joanna Macy e Kaká Werá Jecupé)

Deixamos o principal tema por último. A degradação do meio ambiente e o aquecimento global estão se tornando processos irreversíveis. Cada vez mais o embate de nossa época é entre a inteligência do capital e a inteligência da vida. Focaremos em ecologia contemplativa, ancestralidade, responsabilidade universal e ações de grande impacto, individuais e coletivas.

Joanna Macy, PhD, é ativista ambiental, escritora, estudiosa do budismo, da Teoria Geral de Sistemas e uma das principais disseminadoras da Ecologia Profunda na atualidade. ​Seu método “Work That Reconnects” ajuda as pessoas a transformar o desespero e a apatia diante de crises sociais e ecológicas avassaladoras em ações construtivas e colaborativas. Ela está com 89 anos e falará conosco de sua casa em Berkeley, na Califórnia.

Kaká Werá Jecupé é escritor e ambientalista brasileiro de origem indígena tapuia. É fundador do Instituto Arapoty, empreendedor social da rede Ashoka de Empreendedores Sociais e conselheiro da Bovespa Social & Ambiental. Leciona, desde 1998, na Universidade da Paz (Unipaz) e na Fundação Peirópolis.

A mediação será de Polliana Zocche.

Quando e como

Quando: de 21 de janeiro a 18 de fevereiro de 2019, toda segunda, das 19h30 às 21h30 (horário de Brasília). Não há problema algum se você não conseguir acompanhar ao vivo. As palestras serão gravadas e os vídeos ficarão disponíveis em uma página especial junto com textos de apoio, práticas sugeridas e espaço de relatos. Importante: se estiver em estados sem horário de verão, coloque 18h30 em sua agenda.

Como: a cada semana, teremos uma palestra online de cerca de duas horas (gravada e disponível na íntegra a qualquer momento), um texto de apoio e uma prática para experimentarmos coletivamente. Depois dessas cinco semanas, vamos seguir assim por todo o ano, com outras práticas coletivas, uma por semana.

É por isso que a participação no intensivo é inseparável da participação no lugar. Para alguns, esse intensivo será algo pontual — com começo, meio e fim. Para outros, servirá de pontapé para processos que vamos aprofundar e colocar mais e mais em prática em nossas vidas, de modo contínuo e coletivo, durante meses ou anos.

Quer participar do intensivo?

Para participar do intensivo, basta entrar no lugar (veja abaixo como funciona).

Se você já está no lugar, está automaticamente dentro do intensivo, é só relaxar e esperar. O intensivo é mais uma dos movimentos que fazemos de modo contínuo para apoiar o florescimento das pessoas (como manhãs de silêncio, práticas semanais e grupos de estudos).

E se lembrar agora de uma pessoa que poderia se interessar, passe esse link para ela: olugar.org/sim

O que é o lugar?

O lugar é um espaço online para pessoas dispostas a fazer o trabalho (diário, paciente e às vezes sujo) da transformação. Cada pessoa é desafiada a se familiarizar com seu mundo interno e investigar diretamente, colocando à prova da experiência: Como a gente se transforma, pra valer, sem oba-oba ou fogos de artifício, com o pé no chão do cotidiano? O que é felicidade genuína? Como aproveitar os problemas nos relacionamentos, no trabalho, nas finanças, na vida em geral, em um caminho de florescimento humano?

Uma prática por semana, todos juntos

Cada vez mais desconfiamos de ações isoladas e pontuais, de epifanias de fim de semana. Apostamos em continuidade, em praticar e tornar vivo o que já estamos cansados de entender. A cada semana, todos os participantes do lugar se juntam para experimentar uma prática e conversar sobre suas experiências.

Aqui estão as quatro frentes de transformação com apenas alguns exemplos de práticas que exploramos em meio ao cotidiano:

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Para você entrar e participar do lugar

Para entrar e participar, o valor é R$ 96 por mês*, via cartão de crédito. Se quiser fazer por depósito bancário, clique aqui. Se você fala português, mas não é brasileiro (não tem CPF), escreva para nós: coordenacao@olugar.org

O lugar é uma empresa bem pequena (somos seis: Gustavo, Polliana, Eduardo, Isabella, Fábio e Geovana). Somos sustentados pela generosidade direta dos participantes, que se alegram em apoiar esse trabalho.

A liberação de acesso é imediata e você pode cancelar a qualquer momento. Para entrar via cartão de crédito, clique abaixo.

Quero Entrar

*Se você você sentir que esse valor não se adequa à sua condição financeira, não deixe que isso seja um obstáculo. Escreva para nós: coordenacao@olugar.org

Nos vemos no lugar. Será um prazer seguir mais junto de você!